Quase 5 milhões de trabalhadores tiveram as jornadas de trabalho reduzidas para menos de 30 h semanais, entre o terceiro e o quarto trimestres de 2018, de acordo com o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Cerca de 1,3 milhão ficou insatisfeito com essa mudança na carga horária.
Estudo mostra que cresceu número de profissionais que trabalham menos de 44 horas semanais
Os dados mostram que 38% não estavam trabalhando no trimestre anterior e conseguiram algum trabalho, mas com jornada inferior à desejada, e 27% teve a jornada reduzida de forma involuntária, sem escolha. No primeiro trimestre de 2019, foram registrados 6,768 milhões de trabalhadores subocupados, nome dado para quem trabalha menos de 44 h semanais.
O diretor-técnico do Dieese, Clemente Ganz Lúcio, explica que, com a jornada de trabalho reduzida, é possível que haja uma redução também nos ganhos. “A maioria dos trabalhadores que não está satisfeita tinha jornada plena e foi para a rotatividade após o desemprego. É possível também que as empresas estejam mandando embora algumas pessoas e contratando outros trabalhadores com contratos com horários e salários reduzidos”, explica ele.
Lúcio também destaca os dados que mostram um crescimento no contingente de trabalhadores informais com jornada reduzida, abaixo de 30 h. “Para cada 1 ocupação formal subocupada, com jornada parcial ou intermitente, há 9 estão na informalidade [com jornada menor]. A subocupação já era presente no mercado, mas aumentou significativamente”, afirma.
Fonte: Força Sindical