O jornal Folha de São Paulo, de 25/01/2019, traz reportagem dando conta de que, em recente conversa com a direção da General Motors, e informado de que havia o risco de a empresa encerrar suas atividades no Brasil, o Secretário Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos da Costa, fez a seguinte afirmação: “Se precisar fechar, fecha”.
Tal posição vindo de um funcionário do alto escalão do Ministério da Economia revela que o governo que assumiu em 01/01/2019, e com grande expectativa da população em relação ao futuro do país, não possui o devido interesse em dialogar com o setor industrial, bem como não enxerga esse segmento econômico com vital para o desenvolvimento da nação.
Por outro lado, ao fazer esse tipo de afirmação, o secretário desconsidera a importância que tem para o país a indústria automotiva na geração de empregos, além da sua contribuição em termos de pagamento de impostos à União, estados e municípios.
Cumpre ainda observar que cada contratação direta no âmbito das empresas montadoras de veículos, representa cinco outros empregos em toda a cadeia produtiva.
Uma empresa automotiva, com cerca de 20 mil empregados diretos, em suas diversas unidades espalhadas pelo país, representa nesse universo cerca de 100 mil trabalhadores.
Essa questão não pode ser desconsiderada por aqueles que, no governo, têm a função de operar medidas de modo a assegurar a retomada do crescimento econômico com geração de empregos e renda.
Dizer que, “se precisar fechar, fecha”, não deixa de ser uma atitude inoportuna diante da gravidade da situação brasileira, hoje com grandes contingentes de desempregados e subempregados.
Portanto, antes de fazer afirmações estapafúrdias, como a mencionada acima, o secretário Carlos da Costa deveria vir a público dizer qual o projeto que o governo possui para solucionar essas questões cruciais para a produção e o desenvolvimento e não se mostrar desinteressado em oferecer saídas para questões dessa natureza das quais o país necessita para crescer economicamente, superar seu atraso tecnológico e avançar rumo ao futuro.
Aparecido Inácio da Silva