Os canteiros de obras do Grande ABC encerraram abril com criação de 443 postos de trabalho. Comparado a igual mês no ano passado, quando o saldo – diferença entre número de admissões e demissões – foi de 67 funcionários, o ritmo de contratação está seis vezes maior.
Na avaliação de Sérgio Ferreira dos Santos, diretor adjunto da unidade regional de Santo André da entidade, o resultado reflete processo lento de recuperação do ramo. “O setor não está como deveria. O que acontece é que o nível de emprego estava muito ruim e agora pelo menos parou de cair”, aponta. Para se ter ideia, em 2017, o saldo ficou negativo em 3.173, o equivalente a nove dispensas por dia.
“Atualmente, não temos um número crescente de vendas, mas a procura está maior”, pontua Santos. “No entanto, a construção precisa que os outros setores estejam seguros. Se o comércio ou a indústria vão mal, as pessoas não têm confiança para investir na compra de um imóvel, que é um investimento de longo prazo.”
A cidade com o melhor desempenho mensal foi São Caetano, com adição de 290 empregados. Santos destaca que embora seja positivo, o número ainda é pequeno. “(Esse número) É equivalente a apenas uma ou duas obras que começaram ou, ainda, alguma construção que avançou um pouco, o que não indica retomada total do setor.”
Na contramão, apenas Santo André e Ribeirão Pires ficaram com saldo negativo, em 159 e nove postos, respectivamente. No País, em abril, foram contratados 17.030 trabalhadores, enquanto no Estado foram 4.739 operários a mais.
No quadrimestre, as sete cidades totalizaram 602 dispensas. Com saldo negativo de 380 operários, Diadema conta com o pior resultado no período, enquanto São Bernardo soma criação de 290 vagas.
O diretor adjunto afirma que a entidade não projetou resultados para os próximos meses, contudo, o setor está otimista. “Sempre que a economia do País começa a evoluir, algum fato, como delações ou a greve (dos caminhoneiros), interfere”, pontua.
A incerteza acerca dos resultados das eleições, de acordo com Santos, também prejudica o desempenho, dado que os empresários sentem-se inseguros para anunciar e iniciar empreendimentos. Outro fator foi a greve dos caminhoneiros, em maio, que durou 11 dias. Ainda que não interfira no nível de emprego, a paralisação afetou a confiança do mercado, assim como prejudicou o abastecimento das construções. “Em algumas obras, o material irá chegar com mais de um mês de atraso e o construtor acaba perdendo prazos”, salienta.
De acordo com a empresa, fechamento da unidade, que empregava 700 funcionários, foi provocado pelo bloqueio de contas imposto pela Justiça
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Fonte: Diário do Grande ABC