Estimativa do IBGE, divulgada ontem, aponta que nas sete cidades vivem 2.789.871 pessoas.
Segundo estimativa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Grande ABC tem 2.789.871 moradores nas sete cidades. O dado foi divulgado na manhã de ontem e obedece ao artigo 102 da lei número 8.443/1992 e à lei complementar 143/2013. Na comparação com a estimativa de 2018, a região registrou crescimento de 0,66% (veja dados na tabela ao lado). Segundo especialistas, a exemplo do que foi verificado em São Paulo e em outras cidades da Região Metropolitana, o Grande ABC apresenta taxa de crescimento estável. A variação na região foi inferior à nacional. Em todo o País, o crescimento foi de 0,79%.
O diretor do Inpes (Instituto de Pesquisa) da USCS (Universidade Municipal de São Caetano), Leandro Prearo, lembrou que, devido a fatores socioeconômicos, a taxa de crescimento do Grande ABC já é uma das mais baixas do País. O diretor também afirmou que a região encontrou um “ponto de resistência” no crescimento populacional, apresentando índices muito semelhantes nos últimos anos. Em 2018, o crescimento também foi de 0,66%.
Prearo explicou que o tripé do aumento populacional é migração, fertilidade e longevidade. “Migração não é mais uma questão muito forte na nossa região. Com a natalidade em queda e o aumento da expectativa de vida, temos dois indicadores, cada um ‘puxando para um lado’, e esse ponto de estagnação”, pontuou.
Na avaliação de Prearo, com a continuidade da queda na taxa de natalidade e o envelhecimento da população – segundo a Fundação Seade, em 2050 a população da região será formada por 30% de idosos – em 30 anos, a região terá uma taxa de crescimento negativa. “As consequências serão maior demanda de políticas para idosos e pressão nos recursos da Previdência”, previu.
O Diário mostrou, em 15 de agosto, que o total de nascimentos registrou queda de 10,15% em dez anos. Foram 36.867 novas certidões emitidas em 2008 e 33.471 em 2018, de acordo com dados da Arpen (Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo).
O analista socioeconômico do IBGE Jefferson Mariano destacou que a queda na taxa de natalidade é um dos principais fatores para o crescimento moderado da população. “É preciso destacar que esses números são estimativas, que serão atualizados de maneira mais fina com a realização do próximo Censo, em 2020”, pontuou.
“Os dados de registro civil e a melhoria geral dos registros disponíveis (mortalidade, nascimentos e migrações) nos permitem chegar a números muito próximos da realidade. E a queda nos nascimentos é o principal deles”, concluiu.
Entre as cidades do Grande ABC, a exemplo do ano passado, Rio Grande da Serra apresentou a maior taxa de crescimento, 1,20% (605 moradores a mais). “Existe uma grande relação do nível socioeconômico das pessoas com os nascimentos. Dessa forma, é natural que em municípios e áreas mais pobres ainda haja uma taxa de natalidade relativamente mais alta”, justificou Jefferson Mariano.
Fonte: DGABC