“Para mim, distração é ir ao shopping comprar uma besteirinha barata que não vá fazer muita diferença no orçamento. E eu sonhava que, quando fosse aposentada, iria viajar, ficar um mês na praia”, afirma Angélica Martini Fortes, professora aposentada (foto: Bruno Santa Rita/Esp.CB/D.A. Press)
Os aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) são a segunda categoria que mais deve no crédito consignado, segundo dados do Banco Central. O saldo das dívidas soma mais de R$ 120 bilhões e cresceu nada menos do que 13,7% nos últimos 12 meses terminados em março. O valor da dívida per capita, de R$ 4.129, equivale a 2,3 vezes a renda média dos beneficiários, que é de R$ 1.750 por mês.
Para especialistas, o crescimento acelerado do saldo devedor é fator de preocupação. Isso porque aposentados, de maneira geral, não têm condições de expandir a renda em caso de um inesperado aperto financeiro. “Aposentado não pode ter dívidas. É a única coisa que ele tem que evitar”, avalia o professor de finanças pessoais da Fundação Getulio Vargas (FGV) Fábio Gallo Garcia.
Na etapa final da vida, o endividamento pode representar um caminho sem volta para a inadimplência, adverte Gallo. Por isso, não há muita alternativa a não ser cortar as despesas ao máximo. O que pode significar privar-se de coisas que são essenciais, sobretudo na fase madura, como plano de saúde.
Fonte: Correio Braziliense