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Média de reajustes salariais em 2016 é a pior em 13 anos

Pela primeira vez desde 2003, os reajustes salariais concedidos no Brasil tiveram variação real negativa. Descontada a inflação, os trabalhadores viram sua remuneração encolher, em média, 0,52% em 2016, segundo levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A “fatia” de reajustes abaixo da inflação no ano passado quase dobrou em relação a 2015, passando de 18,7% para 36,7%. Na outra ponta, os reajustes acima da inflação atingiram o segundo menor patamar da série histórica do Dieese, iniciada em 1996.

Em 2016, somente 18,9% dos reajustes ficaram acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). Apenas 2003 registrou fatia menor, de 18,8%. A maior parte desses reajustes ficou pouco acima da inflação, entre 0,01% e 1% superiores.

Cerca de 44% dos reajustes foram igual à inflação, maior patamar de toda a série.

Os reajustes parcelados dispararam no ano passado. Se, entre 2008 e 2014, nunca superaram 7% do total, em 2015 subiu para 13,7% e, em 2016, para 29,6%.

No corte por setor, os serviços tiveram a maior fatia de acordos abaixo da inflação (49%). Na indústria e no comércio predominaram reajustes iguais ao INPC (52,6% e 49,6%, respectivamente).

Para fazer o levantamento, o Dieese analisou 714 acordos salariais fechados ao longo de 2016.

Recuperação

As médias, porém, escondem movimento de recuperação ao longo do ano. Desde setembro, mais da metade dos acordos estabeleceu porcentuais iguais ao INPC.

“A queda nos índices de inflação observada ao longo de 2016 pode explicar em parte o comportamento das negociações dos reajustes salariais. Afinal, quanto menor a inflação, menos difícil negociar a reposição de perdas passadas e a incorporação de ganhos reais”, diz o Dieese em relatório.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o pico da inflação acumulada na data-base de negociação em 2016 foi em fevereiro, quando o indicador chegou a 11,31%. Desde então, o porcentual caiu e chegou a 7,39% em dezembro.

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