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Mercedes reabre terceiro turno no início do ano que vem

Em meio a cenário de incertezas observado atualmente no mercado automotivo

mundial, a Mercedes-Benz anunciou a volta do terceiro turno na fábrica de São

Bernardo em 2021. A confirmação da empresa ocorre após o anúncio da efetivação

de 700 trabalhadores na unidade pelo Sindicato dos Metalúrgicos do ABC. No

primeiro semestre do ano que vem, a montadora também projeta 250 contratações.

Em setembro de 2019, a Mercedes retomou o segundo turno. Desde 2016, operava

só com um. A última vez que abriu o terceiro foi em 2011.

A montadora alemã informou que apesar da drástica redução do mercado de veículos

comerciais em 2020 por conta da pandemia, acredita no crescimento gradual das

vendas de caminhões no primeiro semestre de 2021 no País. “Nesse contexto, com o

intuito de atender os volumes de produção atuais e o crescimento futuro, a empresa

negociou com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC a adoção de jornadas adicionais

de trabalho nos próximos três meses e a implementação de um terceiro turno de

caminhões a partir de fevereiro do próximo ano na fábrica de São Bernardo.”

A empresa esclareceu que este novo turno, inicialmente definido por um período

determinado, não é só solução para aumentar a produção, mas uma alternativa

encontrada para preservar o distanciamento dos trabalhadores como medida de


prevenção à Covid-19. Novo grupo de 250 trabalhadores temporários serão

contratados em razão do início do terceiro turno na produção de caminhões no ano

que vem.

“A pandemia puxou o mercado para baixo, e tivemos uma queda forte. Quando se

tem uma redução, há uma tendência de crescimento depois e é isso que a empresa

prevê para o primeiro semestre do ano que vem, com a necessidade de fazer um

terceiro turno de produção”, afirmou o secretário-geral do sindicato e CSE (Comitê

Sindical de Empresa) na Mercedes, Moisés Selerges. “Esperamos que esse

crescimento se mantenha no segundo semestre de 2021. Isso depende muito de

como a economia vai reagir, já que dependemos das empresas de logística e do

agronegócio”, concluiu.

Com a produção de caminhões, o cenário da Mercedes é diferente das demais

indústrias automotivas da região – GM, Volkswagen e Toyota – que produzem

automóveis e dependem do consumidor final, que enfrenta situações como o

desemprego e a diminuição em 50% do valor do auxílio emergencial (de R$ 600 para

R$ 300).

A Mercedes confirmou a manutenção de 450 empregos, entre temporários e

aprendizes do Senai, que teriam seus contratos encerrados nos próximos meses e,

com a decisão, terão seus postos preservados. E um grupo de cerca de 200

trabalhadores que tiveram seus contratos encerrados em setembro serão

recontratados no primeiro trimestre de 2021.

Ainda em setembro, a Mercedes abriu PDV (Programa de Demissão Voluntária) e

pretendia conseguir a adesão de cerca de 400 trabalhadores. Selerges não soube

dizer o volume de adesões, pois a iniciativa não foi tomada em conjunto com o

sindicato. Hoje, a fabricante emprega cerca de 8.500 profissionais na região.

 

Fonte: Yara Ferraz Do Diário do Grande ABC 12/11/2020

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