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Vendas de veículos na região crescem 6,71%

Em 2019, foram comercializadas 50,8 mil unidades; alta é inferior à de 2018 e à média do País


As vendas de veículos novos no Grande ABC subiram 6,71% em 2019, na comparação com 2018, totalizando 50.839 unidades comercializadas. Apesar do crescimento regional, impulsionado pelo setor de caminhões, houve desaceleração ante os números de 2018 – que expandiram 20,99% na comparação com 2017 – e também frente aos dados nacionais, que registraram alta de 8,65% no ano passado.


Os números, que incluem automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, são da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) e foram divulgados ontem. Em todo o País, foram vendidas 2,7 milhões de unidades, com alta de 8,65% em relação a 2018, o melhor resultado em cinco anos.

“Esse desempenho positivo se deve a alguns fatores econômicos, como taxa de juros menores e à queda nos índices de inadimplência e de desemprego, o que refletiu, diretamente, no aumento da confiança do consumidor e, também, na do empresário brasileiro. Esse cenário impulsionou a oferta de crédito, o que deve continuar em 2020, por isso confiamos em um novo ciclo de crescimento, ainda que moderado”, afirmou o presidente da Federação, Alarico Assumpção Júnior. A perspectiva para o setor neste ano é de aumento de 9,67%.


Na região, os 6,71% de expansão resultaram em 3.196 unidades a mais comercializadas no ano passado, com média de 139 vendas por dia (em 2018, este número era de 130). No entanto, em termos percentuais, 2018 foi mais expressivo, com alta de 20,99%, que superaram a média nacional, então com alta de 14,6%.

Para especialistas, o fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo, responsável por 2.800 empregos diretos, acabou influenciando no resultado. “Isso gerou clima de pessimismo na região por parte de um público que consome automóvel. Não só pela ligação com a indústria automobilística, mas pelo padrão de renda que os metalúrgicos tradicionalmente têm, inclusive com acesso a crédito, acima de profissionais dos setores de serviço e comércio, por exemplo”, afirmou o coordenador do curso de administração do Instituto Mauá de Tecnologia, Ricardo Balistiero.


Outro fator que fez com que o consumidor do Grande ABC colocasse mais o pé no freio foi o cenário de queda das exportações do setor para a Argentina, o que deixou trabalhadores em casa e postergou planos de retomada de turno adicional, além de lançamentos de modelos.

As vendas da região ao longo de 2019 foram influenciadas pelos caminhões, que tiveram aumento de 90,6%, passando de 1.564 unidades comercializadas em 2018 para 2.982 no ano passado, ou seja, praticamente o dobro. De acordo com o coordenador de MBA em gestão estratégica de empresas da cadeia automotiva da FGV, Antonio Jorge Martins, o aumento é influenciado por causa das obras de infraestrutura, que estimulam a demanda por caminhões pesados. “Este ano é eleitoral, então naturalmente existe uma corrida para entregar obras pelos municípios até o meio do ano”, assinala. Ele também pondera que construções em ferrovias, na indústria da mineração e siderurgia também ajudam a elevar a compra dos pesados.


As vendas de ônibus nas sete cidades, por outro lado, caíram 9,25%, para 579 unidades. E as de automóveis e comerciais leves subiram 3,96%, com 47,2 mil exemplares. Somente três das sete cidades tiveram crescimento de vendas, com destaque para São Caetano, com 43,86%, seguida por Mauá por 8,34% e Diadema com 3,89%


RANKING

A Ford, que fechou as portas em São Bernardo em outubro, perdeu uma posição no mercado nacional, caindo para o quinto lugar. Ela obteve 8,2% de participação e foi ultrapassada pela Renault, com 9%, e quase encostou na Toyota, com 8,1% e no sexto lugar.

Em relação ao mercado de caminhões do qual a empresa abriu mão, após decisão de suspender produção na América do Sul, a participação caiu de 12,18% em 2018 para 6,34% em 2019. A líder é a Mercedes-Benz, com 30,8%. A Scania aparece em quarto lugar, com 12,5%.


Fonte: DGABC 05/01/2020

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